O cinema tem a potência de redefinir o que é humano, o que nos comove, o que importa. Através da narrativa audiovisual podemos recriar o nosso passado, nos reestruturar no presente e inventar um futuro onde nós, pessoas negras e LGBTQIAP+, não seremos mais determinadas pela dor. Movida por esse desejo, entre 2014 e 2019, escrevi e dirigi três curtas-metragens protagonizados por mulheres negras: “A boneca e o silêncio” (2015), "A felicidade delas” (2019) e "Mãe não chora" (2019). Nesse artigo, escrevo sobre o processo de realização desses curtas.
Como começar no roteiro? Como permanecer numa área dominada pelo racismo e pelo machismo? Como conciliar o desejo artístico e as necessidades de trabalho com as pressões do mercado? Carol Rodrigues compartilha suas experiências e seus aprendizados numa conversa sobre os possíveis caminhos para se tornar uma roteirista. Foi mediada pela diretora e roteirista Larissa Fernandes.
Com Priscila Barbosa , Valentine, Carol Rodrigues e Estela Rosa. Espaço de reflexão sobre como as relações de gênero agem sobre as vidas e corpos das mulheres, muitas vezes submetendo-as física e culturalmente à submissão e à invisibilidade como consequência de uma sociedade masculinista, caso elas se encontrem fora de determinados marcadores sociais.
Na abertura da 6a Mostra feminista (ago 2021), o debate contou com a participação das convidadas Mel Jhorge, Janaína Oliveira Re.Fem, Carol Rodrigues, Mariana Campos, Dévora MC e mediação de Day Rodrigues.
Na programação dos debates conceituais da 24a Mostra de Cinema de Tiradentes (2021), foi realizado o encontro “O que é uma personagem?”, reunindo três diretores/roteiristas para falarem sobre seus processos de criação: Gabriel Martins (MG), Carol Rodrigues (SP) e Lincoln Péricles (SP), sob mediação do pesquisador e cineasta André Antônio. A proposta foi de levantar questões sobre como as personagens começam a existir e quais elementos as compõem na concepção de cada participante.
Filmes-catástrofe costumam ser um filão de sucesso no cinema, sempre estimulando nossas capacidades de projetar fins de um mundo que parece estar sempre à beira do colapso. Vivemos um momento em que muitos desses filmes parecem ter migrado das telas para a vida comum. Que cinema um cotidiano catastrófico deve nos exigir produzir? Quais as novas distopias e utopias possíveis para o futuro próximo? Os convidados para o bate-papo serão os cineastas
Carol Rodrigues e Kleber Mendonça Filho, além da escritora e pesquisadora Ana Rüsche. Mediação da jornalista Flávia Guerra.
As mudanças mais profundas no mercado de histórias foram provocadas por mentes femininas. Mulheres estão inovando em formatos, trazendo protagonismos antes invisíveis e ocupando um espaço que até recentemente era majoritariamente dos homens. Aqui, a escritora e roteirista carioca Renata Corrêa nos apresenta seis delas e seus trabalhos transgressores.
Em meio a cobertura da 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes, Pedro Krull entrou em contato com Carol Rodrigues para conversar sobre o seu curta A felicidade delas que fez parte da Mostra “A imaginação como potência” em Tiradentes em janeiro. Larissa Lisboa transcreveu a entrevista e propos retomar o contato com Carol para compartilhar um pouco mais sobre o trabalho e trajetória dela.
Estudo analisou gênero e raça em 15 anos do Grande Prêmio de Cinema Brasileiro; mulheres pretas não foram nem indicadas a 5 das 7 categorias às quais concorreram...
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Estamos em 2010. Os negros brasileiros estão navegando pela indústria cinematográfica em sua chamada terra natal, mas continuam sendo suas próprias ilhas. Há um apartheid não falado. Na maioria das vezes somos corpos solitários em ambientes dominados por brancos, apesar do fato de que as pessoas que se parecem conosco constituem a maior parte da população. Os festivais de cinema, que têm o potencial de ser um espaço para patrocinar uma série de representações das vidas que compõem a sociedade, permanecem em grande parte pálidas: nossas experiências são tornadas invisíveis ou transformadas em representações violentas. Estamos com sede.
Eu nada sabia sobre o primeiro filme da programação, A Felicidade Delas (2019), dirigido pela cineasta Carol Rodrigues. Realizado na cidade de São Paulo, aflitivo na representação de violências cotidianas presentes em um país autoritário, o filme apresenta uma situação agônica que ronda, no Brasil atual, aqueles que enfrentam o fascismo e lutam pelo direito à livre existência de seus desejos. Perseguidas pela polícia após participarem da Marcha Mundial das Mulheres, Ivy e Tamirys, duas jovens negras, fogem para o interior de um prédio abandonado, onde buscam algum lugar de refúgio.
“A Felicidade Delas” foi exibido na mostra temática do festival de Tiradentes, que tem na “imaginação como potência” a proposta de criar novos mundos para que as diversas formas de existência sejam plenamente viáveis. Não à toa, a aposta do filme culmina numa enchente dramatúrgica que, como numa tromba d’água, transborda as sensações das personagens visando construir outros caminhos para que novas configurações passem a ocupar aquilo que antes era solo infértil...
“A imaginação como potência” é a temática da curadoria da 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Dos sinônimos de imaginação: invenção, fantasia, ideia, sonho, criação. Dos sinônimos de potência: força, energia, influência, poder, comando, ereção. Dos filmes exibidos na sessão de curtas-metragens da mostra temática: o poder da imagem na criação de novos mundos. Ainda, o poder da imagem para a emergência das poéticas de existência de mundos possíveis (ou impossíveis). Formas de ver e inventar mundos, como diz Cezar Migliorin. Cosmopoéticas...
Filmes nacionais exibidos na 23ª Mostra de Tiradentes apontam para um 2020 com narrativas que tratam da esperança no futuro em meio ao caos. Tem realismo fantástico, paródia, afeto e sorrisos...
Força e presença se fizeram perceber na abertura da mostra “A imaginação como potência”, nesse sábado (25), quando, das quatro produções, três eram protagonizados por negros – e uma por um ameríndio. Em dois curtas, relações homoafetivas também estiveram no foco. Caso de “A Felicidade Delas”, dirigido por Carol Rodrigues, em que viaturas policiais assombram duas mulheres negras. “Nos meus filmes, busco formas de existência que deixem de ser periféricas e à margem e tornem-se centro”, comenta Carol. “A gente brinca que está vivendo uma primavera do cinema negro”, completa...
Se os clientes não conseguem encontrar, é porque não existe. Indique e descreva de forma clara os serviços que você oferece. Além disso, não deixe de mostrar um serviço premium.
Featuring brilliant cinematography and effective storytelling, Doll and silence is a moving short film by Brazilian director Carol Rodrigues: inquiring into social taboos and the consequent sense of loneliness that affect people, she demonstrates the ability to capture the subtle dephts of emotions, providing the viewers with such heightened and captivating experience: we are particularly pleased to introduce our readers to Rodrigues' captivating and multifaceted artistic production...
Em muitos almanaques sobre escrita de roteiro aponta-se que a jornada do herói clássica existe em função de um determinado dilema moral que, a partir do momento em que surge, transforma o homem em herói. O dilema de Michael Corleone em O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou seja: é sabido e, mais do que isso, determinado pelas teorias, que o desenvolvimento de personagens homens (brancos e heteros, por consequência) seja pautado por uma complexidade subjetiva. Chego aqui então ao que move esse texto e a análise do curta metragem em questão: o desenvolvimento de mulheres enquanto personagens complexas...
O grande vencedor foi “A boneca e o silêncio”, de Carol Rodrigues. O filme foi nomeado Melhor Curta-Metragem pelo Júri Popular e pelo Oficial, recebendo um prêmio para cada categoria. A realização do 8º Entretodos é uma parceria entre as Secretarias Municipais de Direitos Humanos e Cidadania, (SMDHC), Cultura e Educação (SME) de São Paulo...
Marcela é uma adolescente negra da periferia de 14 anos. Perdeu a mãe quando ainda era criança, mora com o pai e os irmãos, e em casa é responsável pelos trabalhos domésticos. Marcela namora João e, juntos, se vêem diante de uma gravidez indesejada. Mas Marcela sabe a quem a gravidez indesejada afetará mais profundamente. Sabe que é a sua vida que nunca mais será a mesma. Diante da decisão do aborto, Marcela está sozinha frente a todas suas dúvidas e medos...